Mourão põe narcotráfico como culpado da morte de menina no RJ
Vice-presidente analisou haver quadrilhas atuando no país com “força de guerrilha”
De acordo com informações extraídas do Pleno News, o atual presidente interino, Hamilton Mourão, declarou nesta segunda-feira, dia 23, que a morte de Ágatha Vitória Sales Félix, de 8 anos de idade, foi gerada em função da “guerra do narcotráfico”, não sendo adequado discutir neste momento a questão da derrubada do excludente de ilicitude que se encontra no pacote anticrime.
A garota foi alvejada nas costas na última sexta-feira, quando se encontrava numa Kombi que passava pela Fazendinha, no Complexo do Alemão. O relato de moradores que estavam na hora do disparo é de que a equipe policial iniciou fogo contra uma moto, não havendo confronto. Ao Voz das Comunidades, eles disseram que o disparo que acertou Ágatha partiu da polícia.
A Polícia Militar declarou, em nota, que equipes da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Fazendinha, localizadas perto das ruas Antônio Austragésilo e Nossa Senhora “foram atacadas de várias localidades da comunidade de forma simultânea” e que os policiais “revidaram à agressão”.
“Isso é a guerra do narcotráfico. É aquela história. É a palavra de um contra o outro. E vocês sabem muito bem que, nessas regiões de favela, se o cara disser que foi traficante que atirou, no dia seguinte, ele está morto”, afirmou Mourão.
Debaixo do impacto do assassinato, o grupo de trabalho que avalia o pacote anticrime na Câmara dos Deputados discute fazer com que caia o texto envolvendo o excludente de ilicitude. Há maioria, hoje, contra o abrandamento da punição aos policiais e militares que acabem cometendo excessos.
“Isso aí tem que ser discutido no Congresso Nacional. Dentro de um clima de emoção como está, pode prejudicar”, afirmou o atual presidente interino.
O general da reserva analisou que existem quadrilas do narcotráfico que têm atuado no país com “força de guerrilha”. Para ele, os grupos criminosos têm apoio dentro das próprias comunidades, onde diversas vezes chancelam versões de que os responsáveis pelo crime foram as forças policiais.